A primeira vez que a palavra Reparação foi mencionada na Mensagem de Fátima, foi pelo Anjo de Portugal, aos Três Pastorinhos, na sua 2ª aparição, no Verão de 1916. Então, o Anjo de Portugal dá a entender que a Paz em Portugal depende dos nossos sacrifícios oferecidos em ato de Reparação pelos pecados com que Deus é ofendido e de súplica pela conversação dos pecadores. Na sua primeira Aparição aos Pastorinhos, na Primavera de 1916, este Anjo chamara-se a si próprio o Anjo da Paz.
Mas hoje nós ainda precisamos de Paz?
Santo Agostinho define a Paz como a ‘tranquilidade na ordem’. E tranquilidade é o que mais falta nos nossos dias... vive-se num contínuo alvoroço, numa constante correria, sem tranquilidade nenhuma sobre o nosso presente e o nosso futuro e os dos nossos filhos, em muitos âmbitos da vida...
O Anjo de Portugal e da Paz insiste na sua 3ª aparição, em fins de setembro de 1916:
“Santíssima Trindade, (...), ofereço-vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido (…).”
E continua mais à frente:
- “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.”
Maravilhoso o fato de Deus querer precisar de cada um de nós para O consolar, fazendo Reparação pelos pecados, indiferenças e crimes cometidos contra Ele pelos homens, incluindo por nós próprios, com certeza. Grande mistério! Deus que não precisa de nada, vem mendigar por Amor o nosso amor reparador! Agradeçamos por Ele querer incluir-nos no Seu plano salvador da humanidade!
E querer ser consolado por nós, fazendo desse o meio de o Seu Santíssimo Coração ficar ’reparado’ das ‘feridas’ que os espinhos dos pecados Lhe cravam.
Quando Deus quis enviar no ano seguinte, 1917, a Sua Santíssima Mãe à Cova da Iria, transferiu o pedido de Reparação para o Coração de Maria. A Lúcia descreve o que se passou no final da aparição de 13 de junho: “À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.”
Em 1917, Deus põe frases muito fortes na boca de Nossa Senhora, que nos mostram que Deus quer ser agora amado e consolado, através do amor e consolação que expressarmos ao Coração de Sua Mãe Querida, Fiel, Imaculada.
Em 13 de junho, Nossa Senhora diz à Lúcia: “Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação, e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono.”
Como não querer ser uma dessas flores postas por Nossa Senhora a adornar o trono de Deus?!
Por isso, abraçamos com todo o Amor a devoção que Jesus nos pede ao Coração de Maria, concretizada em dois dos pedidos mais insistentes e fortes da Mensagem: a oração do terço diário e a reparação ao Imaculado Coração de Maria.
Assim, vale a pena agarrar com todas as forças esta iniciativa do Terço Reparador por Portugal. E rezá-lo unidos ao Anjo da nossa Pátria, que é o Anjo da Paz...
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